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As cores do vôo

  • 14 de mar.
  • 6 min de leitura

Em homenagem ao dia nacional da Poesia (14-03-2025) o Horizonte traz mais uma poesia (por óbvio decreto do Vento) e a análise do ChatGPT da poesia dedicada às cores do vôo da Alma...


Pergunta ao ChatGPT:

E agora traga suas análises simbólicas e mais aprofundadas e extensas possíveis:


As cores do vôo


No começo do vôo

há um CorAção

Intensa avenida

de Luz e partida


Sua hora tem o relógio

de um Deus aguardado

Mas tenho respeito

pelos resquícios dos tic-tacs


Encontrei tesouros

onde os místicos cantam de pé

Com o absurdo da Voz

das mãos...


Busquei um alfabeto

que pudesse cantar esse ouro

Mas os anjos

são reservados


Eles separam horas

para humanos florescerem

Tudo com a perfeição

de um sorriso


Por vezes escondem enigmas

como sementes de Vento

Mas tudo que nasce

tem a empunhadura do Infinito


Tronos e tronos e mais tronos,

todos vazios

Não por falta de poder

mas pelo seu Absoluto


E ainda assim guardo

fotos e memórias como se precisasse

Como se fosse cozinhar

o melado das cores


Talvez possa barganhar

meia-dúzia de fotos por duas Eternidades

Pois assim caberia as esquinas

maiores do meu CorAção


Lá onde tudo sopra

e passa como assombro

Eu construí com escombros

a morada do meu vôo


Lá tudo começa a subir

muito antes do Sol

Lá tudo começa a descer também

no meio do Sol


Mas a escrita é frágil

na luta com o rosto do Infinito

Por isso trago relíquias velhas

que poucos comprariam


Mas certamente os anjos

dariam dois pedaços e uma vida inteira

Porque a negociação do Céu

se paga com Vento e sangue


Assim soprei meus dias

com um sangue atrasado

Mas mesmo desprovido

ganhei pedaços maiores de cores...


Resposta do ChatGPT:

1. O Início do Vôo e o CorAção

O primeiro verso já estabelece um paradoxo: "No começo do vôo há um CorAção". Aqui, o coração não é apenas um órgão ou símbolo de sentimento, mas sim um centro propulsor da ascensão, um motor da jornada. A escolha da grafia "CorAção" destaca "Ação" dentro do coração, sugerindo que o voo não ocorre apenas por um chamado místico, mas por um movimento ativo da alma.

O verso seguinte, "Intensa avenida de Luz e partida", reforça que esse voo é luminoso, quase inevitável, como um chamado divino ou um rito de passagem. "Avenida" traz a ideia de um caminho estruturado, mas ao mesmo tempo urbano, sugerindo que essa iluminação acontece dentro do fluxo cotidiano da existência.

2. O Tempo e a Divindade

A relação com o tempo é um tema recorrente na poesia mística. O verso "Sua hora tem o relógio de um Deus aguardado" sugere uma espera sagrada, um tempo que não pertence ao mundo humano, mas sim ao divino. Esse tempo superior não é preso aos "tic-tacs" do relógio terreno, que representam a contagem cronológica e a ansiedade do homem.

No entanto, há um reconhecimento: "Mas tenho respeito pelos resquícios dos tic-tacs". Isso sugere uma reverência ao tempo humano, mesmo que o poeta esteja atento ao chamado de um tempo maior, um Kairós, um instante oportuno da eternidade.

3. Os Tesouros e a Voz do Absurdo

O poeta encontra tesouros onde os místicos cantam de pé, ou seja, em lugares de sabedoria, em templos invisíveis, no território do inefável. Mas esses tesouros não vêm em forma de ouro físico, e sim através de "O absurdo da Voz das mãos...".

Aqui, há uma chave oculta: a ideia de que a Voz pode estar nas mãos, ou seja, na ação, no toque, no gesto. Isso ressoa com ensinamentos místicos, onde o fazer se torna uma forma de revelação espiritual.

4. O Silêncio dos Anjos

O desejo de encontrar "um alfabeto que pudesse cantar esse ouro" mostra a busca do poeta por uma linguagem sagrada, um verbo perdido que possa nomear o transcendente. Mas "os anjos são reservados", ou seja, os guardiões do mistério não revelam seus segredos facilmente.

Os anjos "separam horas para humanos florescerem", o que remete à paciência cósmica e à ideia de que a evolução do ser humano segue um tempo próprio. A metáfora do sorriso como marca dessa perfeição revela que o mistério divino não é sombrio ou distante, mas acessível através de algo tão simples quanto a alegria ou o desapego.

5. O Mistério do Vento e a Eternidade

O poeta fala que os anjos escondem enigmas "como sementes de Vento", um símbolo de mistério e transmissão sutil. O vento aqui representa o invisível que age sobre o visível, carregando as sementes da revelação, que só germinam no tempo certo.

Já a frase "tudo que nasce tem a empunhadura do Infinito" traz uma ideia de potência. O Infinito não é um conceito abstrato, mas algo que se manifesta na própria criação.

6. Os Tronos Vazios e o Absoluto

A visão de "tronos e tronos e mais tronos, todos vazios" é uma poderosa imagem da renúncia do poder terreno. Esses tronos não estão vazios por falta de reis, mas porque o verdadeiro poder reside no Absoluto, e não na posse ou no domínio.

Isso ressoa com místicos como Mestre Eckhart, que dizia que o verdadeiro trono de Deus no coração humano só pode ser preenchido pelo Nada, pela entrega total.

7. A Nostalgia e o Tempo

Mesmo compreendendo a transitoriedade, o poeta admite: "E ainda assim guardo fotos e memórias como se precisasse". Isso evidencia um conflito: a consciência da impermanência e, ao mesmo tempo, a necessidade de apego ao passado.

Aqui, o tempo se torna uma substância negociável: "Talvez possa barganhar meia-dúzia de fotos por duas Eternidades".A tentativa de trocar memórias por eternidade revela o dilema humano diante do tempo. Mas também sugere uma possibilidade oculta: a Eternidade pode estar contida no instante, se soubermos olhar para ele da maneira certa.

8. A Casa do Vôo e o Paradoxo do Sol

A casa do voo é construída "com escombros", ou seja, o poeta ergue sua morada espiritual sobre ruínas, sobre restos do que foi destruído. Isso simboliza o renascimento a partir das quedas, um tema recorrente na jornada mística.

O voo não segue um ciclo comum: "Lá tudo começa a subir muito antes do Sol / Lá tudo começa a descer também no meio do Sol".Isso mostra que o movimento do despertar não está atrelado ao tempo linear. A ascensão já começou antes da luz visível e a descida acontece quando o Sol ainda está no auge – um paradoxo que indica um ciclo interno, independente do mundo exterior.

9. A Fragilidade da Escrita e o Comércio do Céu

"Mas a escrita é frágil na luta com o rosto do Infinito". Aqui está um dilema essencial: como traduzir o indizível? Como a linguagem pode capturar o Absoluto? O poeta reconhece que toda tentativa de escrever sobre o mistério será imperfeita.

Mesmo assim, ele traz "relíquias velhas que poucos comprariam", o que pode significar suas palavras, seus versos, seus insights espirituais. A maioria das pessoas não vê valor nisso, mas os anjos fariam "dois pedaços e uma vida inteira".

Isso revela que, no mundo espiritual, o valor não é medido em bens, mas na entrega e no significado.

10. O Fechamento: O Sangue, O Vento e As Cores

O final do poema reforça a ideia do sacrifício: "Assim soprei meus dias com um sangue atrasado".O sangue representa a essência da vida, mas aqui ele está atrasado, como se o poeta tivesse se entregado tarde demais ou estivesse sempre um passo atrás do fluxo cósmico.

No entanto, o poema termina com um presente inesperado:"Mas mesmo desprovido ganhei pedaços maiores de cores..."

Aqui, o voo se justifica. Mesmo sem posses, mesmo sem domínio sobre o tempo ou sobre o absoluto, o poeta recebeu cores, isto é, fragmentos de beleza, de luz, de experiência mística.

No fim, o voo não é sobre chegar a algum lugar, mas sobre a percepção ampliada que ele proporciona.

Conclusão

"As cores do vôo" é um poema sobre a busca, o paradoxo da linguagem, a impermanência e a negociação entre o humano e o divino. Ele ressoa com a tradição dos místicos, dos que tentam traduzir o invisível para o mundo sensível.

A cor aqui não é apenas um fenômeno visual, mas um símbolo de revelação. O voo, por sua vez, não é um deslocamento físico, mas uma ascensão da consciência.

E no final, o que resta? Fragmentos. Cores. O reconhecimento de que, embora nunca se possa capturar o Infinito, algumas de suas luzes ainda brilham nas mãos do poeta.

 
 
 

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