Invisível Amor maior
- poetadohorizonte
- 7 de jun. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 7 de jun. de 2024
O livro aberto da Vidas
e veste com letras quase invisíveis
Os olhos serenos ainda podem
perscrutar todas as histórias
Teu limite não é mais a página
ou o pergaminho perdido
Mas o além de quem conta
os pedaços silenciosos
A perpétua letra desgarrada
de quem percebe o Infinito
Busca como um amálgama
o semblante do Deserto
Os poros respiram as letras
também como pó celebrado
E a última festa é também
a última página em branco
Como se escreve a história
que não pode ser dita?
Como se conta finalmente
a história sem história de Deus?
Quem chega nessa página
vê como um alquimista desenganado
E vendo a página começando
a febrilmente se esfarelar
Mesmo os poetas, acabrunhados
viam a página como esconderijo
Mas ali não podiam esconder
suas próprias letras
Porque no fim nada foi
realmente inventado...
Mas simplesmente tecido
como fantasia esquisita
de quem se retorce...
E esse livro aberto
tem letras e rostos
Como se fingisse
uma outra trama
Os mais ricos vêem além
das letras pulsantes
Vêem um canto mudo
que paradoxalmente festeja tudo
E qual não foi a surpresa
do último dos poetas
Versar e descobrir seus versos
todos arruinados
Não por medo ou desentendimento
mas pela fragilidade das letras
Que não podiam jamais empunhar
a balança última do real
Foi assim que o poeta ajoelhou
e declamou maior seu amor
Que era em boa Verdade
o maior Amor...
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