Fios invisíveis costurando pontes
entre corações perdidos
Afinal ser CorAção é
estar perdido de Amor
Sempre e mais que sempre
o Amor como Eterno
Mas perdidos buscam
os retalhos do tapete sincero
E se voam como Sufis alados
é mais por esquecerem
Que a última caverna
é que resguarda o tesouro
Vagam e vagam como se
cada poro do Caminho fosse maior
Como se fosse sobrar areia
e pó de alguma ficção
Mas tudo só pode ser
no tamanho do olhar
De quem vendeu tudo
pelo gosto do Amor...
De quem deixou tudo
por uma Noite perfeita sem registro
Lembrar é perder o aprendizado,
por isso o sábio esquece
O esquecimento de quem dança
mas não pode mais cantar
Porque até as letras vazaram
de si, infinitamente
Por isso também esse poema
é tudo, menos sábio
E mesmo assim tem o Amor
de quem devagar seguiu
Mesmo assim dança
como se a poesia fosse
A festa do CorAção
de Deus...
E eu fui o último
convidado
Agora com o convite
completamente invisível
E ainda assim
sei o endereço
Porque mora na casa de oração
com o nome antigo de CorAção...
Tenho sangue
e resquícios de estrelas
Para aumentar o céu
do peito escancarado
Agora não falta mais
pois tudo é Vento e alegria
De uma alegria bruta
que sequer precisa de algo
O Amor é não precisar
eternamente de nada
E aí se confundem os perdidos
com as veias atropeladas
Buscando segurar o rosto
de tudo que passa
E quando passa choram
no tamanho do Horizonte escavado
Mas a verdadeira anunciação
é o sinal que nada diz
O sinal do Silêncio
que impera
Ou uma música
que despe o Destino
Deixando nu inteiramente
os passos de quem entendeu
Aí sim, não importa a estrada
mas o que ressoa
Porque é melhor ressoar
antes de sumir nas notas...
Hoje é sempre, e Noite
para sumir
Como poesia sem letras
de tudo que escapa...
Pare a procura
e tudo é achado
Eis aí como sumir irmão
das estrelas...
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