A porta de entrada
não será a de saída
E no meio muita
jornada sem fim
Cabem fazer alguns
indícios para os próximos
E restará muito silêncio
que ainda dirão mais que o maus-entendidos
Nada nos leva
mesmo quando arrasta
Nada nos lava
mesmo quando inunda
Tudo é sutil no que esconde
o que precisa e algum equívoco maior
Tudo é sutil no que revela
enquanto facilita uma nova vida
Todos nós puxamos traços
maiores do que não se entende
Puxamos como pescadores
de ilusões e sonhos perfeitos
E como bailarinos do Vento
entoamos canções esmagadas
Temos atrevimentos bem onde
deveria haver silêncio
E é bem ali que cresce
o caminho da Alma
Entre as portas que fingimos
manter à distância
Mas logo elas fecham
e abrem para combinar
Uma outra vida que ressoa
nossa própria frágil ilusão
Dela cabe meu peito
fingindo que tenho um coração
Na última hora que resolvi tecer
com o Horizonte, meu pedaço de despedida...
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