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Dândi e Dandará

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Um dia houveram Santos

antes de qualquer areia

A leveza anterior quase perdida

retorna antes da praia


Haviam postos e canais

mas eles viram mais Noite

Os postos atrasaram

e os canais sutis


Estavam nas ferragens

de dores que não eram eles

E as ferragens feitas carne

esconderam as crianças amadas


Guiado por outras luzes

um viu cinza, a outra o esquecimento

E em mais que cinquenta tons

o chicote era corrente de Destino


Nem perdoado nem amado,

todos os poros das ferragens eram vazados

As crianças se viam

mas o ferro é mais rígido que a Luz


Dândi resolveu flanar

como Vento de atrasos

No calendário de Kairós

todos os dias são Holy-Days


Os milagres o levaram para reinos

estranhos para que as praias voltassem

Com areia de pontes novas

e frascos de uma única Água


Teria o Dândi mil e uma eternidades

para completar o CorAção da antiga

Profecias e profecias e profecias

falavam o mesmo descanso


Horas, oásis e miragens

e a Sábia que sopra com Psyché

Disse coisas que o medo

resolveu esconder


Horas e horas atrasando

o tic-tac que não ecoa

Quem teria os Olhos?

Quem teria o Olho?


Uma surpresa era sombra

e passagem quando se cresce

Queria Dândi dizer de todas

as hierarquias do Vento


Queria Dândi encontrar

o seu último texto selado

Pelo sangue que cumpre

a biblioteca dos Anjos


Tentou falar, várias vezes

e ela foi voar no CorAção da terra em brasas

Essa Terra das Brasas tem muitos cantos

uma irmã na capital queria cantar também...


Quem iria entender essa viagem

em calor e sem ganhos?

Atravessando essas pontes de areia

que se desmancham antes da travessia


Tentou, tentou e tentou...

Mirou a Lua e acertou as Estrelas...

Que este poema seja em apenas um Dia

a Voz que esconde vastidão


E agora se esconder na caverna

como um Zoroastro em cura

Para que cada lágrima

seja Nela a possibilidade do Lilás...


Que seja enfim o renascimento

de todas as letras que não tiveram dicionário

Que Ela veja antes, muito antes,

que o Infinito suma...


Sempre há perigo e Vida

na mesma proporção

Da estequiometria do Caos

só uma coisa sobra com nome humano de: Amor...

 
 
 

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1 comentário


A vida é uma dança, em ritmos diferentes, o amor é uma variação que aparece de vez em quando, sempre de surpresa, nos fazendo tropeçar no compasso. E quando finalmente aprendemos a dançar, o amor muda seu ritmo novamente, sempre deixando seus pés confusos sobre para onde ir. Encare a vida como uma valsa. 1, 2, 3 e 4.

Fernanda Siqueira do Espirito Santo.

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