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Esconderijo do Vento

A partir desses olhos outros

de Verdade

Que são meus (seus)

quando descansam


Resta mais a peça

que o teatro

De completar tudo

que é quebra-cabeça


Mesmo que fosse

mais império que vontade

Sobrariam também

os espelhos de água


Neles minhas imagens

são corredeiras inteiras

Para lembrar da passagem

que é muito mais líquida


Mas também esfumaça

e lembra que as mãos se desfazem

Com a mesma destreza

de uma festa sem música


Tudo lembra de parecer ser

uma resolução completa

Mas tem sempre o mesmo

fim que destrona o Vento


Talvez fosse o semblante

mais antigo de um fantasma

Talvez fosse só

algo que se pode cantar


Talvez fosse o selo

das cartas que perdi

Talvez fosse a invocação

de tudo que sussurra


Talvez fosse o pêlo

da pele que sentiu

Talvez fosse o descanso

do esconderijo que partiu


Talvez fosse a última vez

que podia ser dita

Talvez fosse algo

um pouco maior


Mas sempre foi

Destino e encanto

Sempre foi o rosto

que colapsou toda máscara


Sempre foi o filme

já de sempre escrito

Com um roteiro meio estranho

para consumir tudo que passa


Um roteiro de acordos

pré-celestiais

Um roteiro de acordos

pré-assinados


Tudo cumpre o que veste

a carne de Vida

Tudo cumpre o que É

mera revisão


Vi meus vitrais contando

uma história de pedra

Escavada com rostos

de todas antiguidades


Onde tudo era celebração

de vertigens que não aconteceram

Foi tudo uma espécie

de miragem condensada


Agora vendo cartas destituídas

quase sem nenhuma palavra

Para lembrar que todo sonho

é da mesma matéria do Sol


Afinal tudo que é Luz

é parcela de tudo que some

E é nela perfeitamente

que escondi meu CorAção...

 
 
 

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