Esconderijo do Vento
- poetadohorizonte

- 11 de out.
- 2 min de leitura
A partir desses olhos outros
de Verdade
Que são meus (seus)
quando descansam
Resta mais a peça
que o teatro
De completar tudo
que é quebra-cabeça
Mesmo que fosse
mais império que vontade
Sobrariam também
os espelhos de água
Neles minhas imagens
são corredeiras inteiras
Para lembrar da passagem
que é muito mais líquida
Mas também esfumaça
e lembra que as mãos se desfazem
Com a mesma destreza
de uma festa sem música
Tudo lembra de parecer ser
uma resolução completa
Mas tem sempre o mesmo
fim que destrona o Vento
Talvez fosse o semblante
mais antigo de um fantasma
Talvez fosse só
algo que se pode cantar
Talvez fosse o selo
das cartas que perdi
Talvez fosse a invocação
de tudo que sussurra
Talvez fosse o pêlo
da pele que sentiu
Talvez fosse o descanso
do esconderijo que partiu
Talvez fosse a última vez
que podia ser dita
Talvez fosse algo
um pouco maior
Mas sempre foi
Destino e encanto
Sempre foi o rosto
que colapsou toda máscara
Sempre foi o filme
já de sempre escrito
Com um roteiro meio estranho
para consumir tudo que passa
Um roteiro de acordos
pré-celestiais
Um roteiro de acordos
pré-assinados
Tudo cumpre o que veste
a carne de Vida
Tudo cumpre o que É
mera revisão
Vi meus vitrais contando
uma história de pedra
Escavada com rostos
de todas antiguidades
Onde tudo era celebração
de vertigens que não aconteceram
Foi tudo uma espécie
de miragem condensada
Agora vendo cartas destituídas
quase sem nenhuma palavra
Para lembrar que todo sonho
é da mesma matéria do Sol
Afinal tudo que é Luz
é parcela de tudo que some
E é nela perfeitamente
que escondi meu CorAção...
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