O momento de Rio
- poetadohorizonte

- 15 de nov.
- 1 min de leitura
No semblante do Rio
minha passagem é outro espetáculo
Não tem as plateias
mas o CorAção se veste
O CorAção se veste
de lã e poeira
Para atordoar imensamente
o mesmo Caminho
Como se responde
tudo que foi?
Os mestres que foram
a semelhança da distância
Os mestres que sorriram
mas não podiam dar mãos
O cansaço de eras esmagando
o que parecia uma missão
Mas como ser missionário
do Vento?
Como ser alguém que espalha
as vestes antes do sangue?
O sangue nu, completamente vencido
só queria o novo dia
O sangue escamado em peles
queria a nudez maior, de músculos e ossos
Quem daria o tom
para falar a que veio?
O que falar da Vida
que seja real e não quebra-cabeça?
Montei peças e mais peças
e algumas tinham cores que nunca vi
Algumas peças no primeiro momento
pareciam não encaixar
Retalhos e mais retalhos de uma lã
para lembrar onde se foi vestido
E a certeza perfeita
de que as peças também são perfeitas
O desentendimento e fugas
são horas acumuladas onde se precisa
Nada escapa como desperdício
mas acentua as cores das preces
Por que se inventa essa engenharia
toda da existência?
Cumpre sempre uma Voz
bem antiga e em Silêncio
E foi dela que ouvi
meio sem querer
Que nada estava errado
mas aguardando o momento...
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