
Rios de Hieróglifos consagram
meu Destino de besouro
Tenho em Mim tendas
de areia sopradas
Antes que fosse meu mesmo
esconderijo frágil
Edifiquei Desertos inteiros
pela música dos poros dos Olhos
Se era Vento ou descaso
parecia fácil
Fiz das rajadas crispadas
o barulho cristalino
Fiz das horas
uma mesma invenção
Fiz dos vasos
receptáculos do Eterno
Não trairia mais a Vontade
última e perfeita do Amor
Amansando olhos após e após
caminhadas vencidas
Não por destronar reis
que por vezes parecem inúteis
Como o Grande
Caminho
E é dessa inutilidade
que reinados se edificam
Neles construí
meus pés
E andei como o fantasma
inexplicável
Como se escaravelho
desbaratado
Confundiram meu nome
com o Silêncio do Menino
E ainda assim verti
o Rio do Rei que sumiu...
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