Adoramos o Cavalo e sua Imponência, como não ser imponente ao cavalgar um Mangalarga Marchador? Até os Deuses devem se sentir invejosos de ver esse Espetáculo que é cavalgar com Girassóis no Caminho e deslumbrante e extasiado com a União Mística entre Cavaleiro e Cavalo. Porém, como pode medrar a Sabedoria na Imponência? A Sabedoria é se recolher quando todos gritam, a Sabedoria passa e não deixa rastros. "E você, maudit Poète d'Horizon, que tanto escreve, e com tanta Imponência por vezes, por que não anda sem deixar rastros?", pode o Leitor questionar... Porque essas Palavras não são sábias, são Palavras... Porém meu Andar e Mãos são como a Vertigem de Uma Flor, ou até a Sabedoria do Burro... Do Burro? Por que na Escola chamamos alguém com certa deficiência na apreensão de algum conceito que querem que se saiba (ou seja, não é algo que a Criança/Jovem realmente quer incorporar, ou não pode naquele momento) de Burro? Qual seja, o chamar alguém pejorativamente de Burro, condiz com a sapiência absurda do Burro? Sabedoria, e todo Verdadeiro Sábio assim o sabe, é passar sem deixar rastros, e como um Animal, extremamente adaptado ao seu meio, que fica a maior parte do tempo "empacado", quieto, sereno, ruminando, silencioso, sem incomodar tanto os demais (embora isso seja Impossível para quem sabe da Teoria do Caos e da Complexidade, afinal, Tudo É Um), e que serve (é um Animal servidor, que sobe Colinas, Montanhas com pesos imensos sem reclamar e aceita muito pouco em troca, por vezes só a Comida...), embora não sirva tanto para se pintar um Napoleão ou um Pedro I, afinal, pega mal para a Imponência... Mas quem realmente se importa com a Imponência suntuosa dos "Templos de Salomão", ou os "Taj Mahal"? Quem se importa com jatinhos e BMWs? Um maudit Poète, ou um Executivo, Autoridade e os Donos do Mundo? A Mula (extremo maior da Sabedoria), cumpre mais ainda à risca a máxima de "não deixar rastros", porque sendo híbrida sequer pode gerar descendência. Ela nasceu para servir. Cumpriu a que veio? Parte sem uma lágrima. Gerou Dinheiro (Religião última dos espertos e inteligentes) para os Exploradores, e nem ligou. Gerou Travessias inteiras de Montanhas, Colinas e Vales, e também, nem ligou... Festas foram possíveis, novas formas de Vida, complexos sistemas de Escravidão, Colheita, Mineração e Extração, e ela nem ligou... A Mula, ou o Burro, é que são Burros? (Leitor, por gentileza, leia "Gimpel, o Bobo") A Mula empaca quando quer, e não liga para esbravejos, xingamentos, palavras ofensivas, esporas, ou seja, não importa o que digam Dela, Ela vai parar no Onde e no Quando quiser! Embora saiba andar para não se machucar desnecessariamente quando o "dono" é mais bruto que o Sábio Animal... Enfim, veio, vive Uma vez, cumpre em completo Silêncio seu Destino, e se retira sem Uma Palavra. Sequer deixou rastros de descendência. Ou seja, seu Nirvana é perfeito! Serve, silencia, rumina, e nem deixa rastros visíveis para os incréus! Sabedoria exemplar! Aliás, permite Napoleões, Dom Pedros I, porque embora na Pintura estejam Cavalos empinados e esvoaçantes com suas crinas e patas imponentes, quem realmente subia os morros e colinas nas guerras, eram as "Burras" Mulas, que agüentam o tranco, agüentam a Montanha, mais que qualquer Cavalo de Raça e seus "Puros Sangues". A Mula permite a Opulência assim como a Pobreza extrema, e nada disso A abala! Permite ser Escrava sem reclamar, porque sabe no seu mais fundo profundo que sua Liberdade NÃO depende do que Dela dizem, e sim, da sua ruminação paciente, da sua atitude "empacadora". Mas a Estupidez continua, embora, tenha lá sua Arte também o Cavalo. Mas como diz um também Sábio e Antigo ditado: "Prefiro Asno que me carregue, que Cavalo que me derrube". Vou seguir empacando quando der...
Para finalizar esta Postagem, dois Poemas do Horizonte:
Mistérios maiores
Tenho em Mim todos os Mistérios
e mais alguns
Que destronam Imperadores
e levantam Castelos
Ontem o Sol Negro foi
bem maior que o Eclipse
Na Vertigem perfeita
de quem nasce
Não há esconderijo
para quem vê
Nem isolamento
para quem toca
Pois o Último vestígio
é o Primeiro de quem percebe
Nesse Campo de Lembranças
que quase esquecemos
E damos por Nome
de Vida
Invenção de um Jardim
no Espelho do Invisível
Quando Tudo recai
dizem sobre soldados
Que a Tropa é a Vergonha
de quem luta
Mas na Verdade nem há
Tropa ou Vergonha
Mas para isso
somem Caminhos
E se lançam novas Pedras
pela Estrada empoeirada
De uma colina
que no Nunca sobe...
E quem isso viu,
assustado
Realizou que nem o quem
realmente existiu...
Raiz última sem Nascimento
O Imperador nasce
no tiro escuro
De uma proteção
totalmente especular
Onde nascem também
Sóis desprovidos
Na sacra simplicidade
de um lugar
Tudo é menos
que Nada
Mas ainda há chance
e muita Verdade
No Rosto de Deus Sou
Seu riso e Jardim
Último resquício
dos passos
Onde se aloja um quarto
e a inteireza do Sábio
Que sabe passar
sem os Pés...
Porque seu Império
É bem Além do Além
Raiz de Tudo
que chamam de Luz...
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